Fundação Carlos Chagas divulga relatório sobre a implementação de legislações educacionais durante pandemia
Pesquisa analisa a dinâmica de como a legislação educacional foi aplicada nas escolas paulistas durante a pandemia de covid-19.
Luanne Caires
18/07/2024 22:14:32
Pesquisa apresenta levantamento de normativas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e suas relações com a atuação de diretores escolaresO retorno das atividades presenciais nas escolas tem sido marcado por desafios decorrentes dos quase dois anos de atividades remotas e híbridas durante apandemia de covid-19. A crise sanitária se desdobrou em situações emergenciais para a educação e mobilizou gestores públicos e comunidades escolares na definição de ações que preservassem a saúde ao mesmo tempo em que permitissem a continuidade do processo de ensino e aprendizagem. Para compreender a dinâmica de como as diretrizes oficiais foram aplicadas nas escolas, em um cenário de falta de integração entre governos federal, estaduais e municipais, a Fundação Carlos Chagas realizou a pesquisaEnsino remoto: a implementação de orientações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo por diretores escolares. O estudo foi coordenado pelas pesquisadoras Angela Martins e Cláudia Pimenta, da Fundação Carlos Chagas, e contou com a parceria da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). Em seu primeiro volume, publicado nasérieTextos FCC, a pesquisa apresenta um levantamento de legislações propostas no período de março de 2020 a maio de 2021 e identifica normativas relacionadas à pandemia de covid-19 e à Rede Estadual de Educação do Estado de São Paulo. A análise de 133 normativas revela esforços da secretaria de educação do estado (Seduc) para orientar as ações educacionais no contexto pandêmico, desde o funcionamento dos prédios escolares até as ações pedagógicas e de formação. A atuação da Seduc ocorreu especialmente nos dois primeiros meses de pandemia (março e abril de 2020) e nos momentos de mobilização para retorno de aulas presenciais (final de 2020 e início de 2021). Apesar dos esforços oficiais, os dados evidenciam que muitas das normativas estabelecidas foram baseadas em tentativa e erro, com indefinições e com baixa efetivação. Um exemplo é o fato de que parcela considerável das escolas não passou por readequação de infraestrutura para cumprir os protocolos sanitários previstos para o atendimento presencial aos estudantes. O estudo conta ainda com uma segunda parte, que inclui a realização de pesquisa de campo com diretores e vice-diretores de três diretorias de ensino do estado de São Paulo. O objetivo é problematizar elementos que incidem no trabalho dos diretores escolares e compreender a percepção desses profissionais na implementação de orientações da Seduc. Os resultados serão divulgados futuramente na sérieTextos FCC, em um segundo volume do relatório. Saiba maisEnsino remoto: a implementação de orientações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo por diretores escolareshttps://publicacoes.fcc.org.br/textosfcc/issue/view/377