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Ana Maria Poppovic

Ana Maria Poppovic foi uma pedagoga especializada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Filosofia Sedes Sapientiae, em São Paulo. Sua relação com a psicologia começou no início dos anos 50, quando organizou e fundou a Sociedade Pestalozzi de São Paulo, para atender às crianças com deficiências ou elevadas habilidades. Entre 1954 e 1957, trabalhou como psicóloga no Abrigo Social de Menores, atuando com crianças em situação de abrigamento. Em 1958, Poppovic foi convidada para elaborar o projeto da Clínica Psicológica do IP-PUC-SP (Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e assumir sua direção. Em pouco tempo, essa clínica se tornou referência importante no campo psicológico, devido ao seu duplo pioneirismo: realizar atendimento aberto ao público e constituir-se em centro especializado no diagnóstico e tratamento da disfunção cerebral mínima (DCM).

Em 1962, Ana Maria assumiu a diretoria do Departamento de Psicologia Aplicada à Educação do IP-PUC-SP, permanecendo nessa função até 1971.

Com a criação, no mesmo ano, do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, Ana Maria foi convidada a nele atuar, realizando pesquisas e estudos. Elaborou o projeto Alfa, voltado à formação de professores em exercício e à melhoria da qualidade da educação em seus anos iniciais. Em 1977, empreendeu uma reformulação nesse projeto, que resultou na alfabetização de mais de um milhão de crianças. Yara Lúcia Espósito, Marta W. Grosbaum, Lia Rosemberg, Teresa Roserley Neubauer da Silva, Maria Silveira Bueno, Maria Laura Puglisi Barbosa Franco, Aparecida H. Gradin e Alba Marina Munaro Schlesinger participaram também desse empreendimento. Em 1979, Ana Maria coordenou o projeto Pensamento e Linguagem, financiado pela Fundação Bernard Van Leer, dirigido ao aperfeiçoamento de professoras das primeiras séries do ensino fundamental, dando-lhes ferramentas para diminuir o fracasso escolar.

A vida de Ana Maria Poppovic foi toda dedicada às crianças, à escola e ao atendimento das necessidades dos alunos em processo de escolarização. À época de sua morte, em 1983, continuava a atuar como pesquisadora na Fundação Carlos Chagas. Simão Sygband expressa muito bem o modo de ser da educadora na reportagem intitulada “Uma personalidade forte, em constante movimento” (JORNAL ALFA, n. 30, 08/1983): “é quase impossível pretender um retrato acabado de Ana Maria, porque basicamente ela vivia um ininterrupto processo de mudança. Cabeça inquieta, coração turbulento, pés na terra, uma pessoa apaixonada pela ação. Tudo isso e muito mais pode ser dito dela, pesquisadora e educadora que fez em sua vida um percurso difícil e, ao mesmo tempo enriquecedor: do individual para o coletivo, da psicologia clínica à psiconeurologia e à educação”.

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