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Novo Ensino Médio: mudanças na carga horária e impactos para educação

 

Imagem com fundo em amarelo texturizado, linhas curvas nas bordas. Sob uma faixa verde em destaque, o texto “Novo Ensino Médio, mudanças na carga horária e impactos para educação”. Abaixo, há uma barra branca com o logo da Fundação Carlos Chagas e seus perfis nas redes sociais.

|10/07/24

Pesquisadora da FCC coordenou projeto de pesquisa sobre implementação do Nosso Ensino Médio, iniciativa de formação continuada para professores da educação básica no enfrentamento de novos desafios

Por Jade Castilho

Na última terça-feira, 09 de julho, a Câmara dos Deputados finalizou a votação sobre as últimas mudanças propostas para o Novo Ensino Médio, instituído pela Lei nº 13.415/2017. Entre as mudanças aprovadas estão o aumento da carga horária de disciplinas obrigatórias de 1.800 para 2.400 horas e o ensino facultativo de língua espanhola presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

O projeto estabelece que 70% do período será reservado às disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e 30% aos cursos de aprimoramento, ou seja, às disciplinas escolhidas pelo estudante.

Fabiana Silva Fernandes, pesquisadora membra do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas (DPE/FCC), foi coordenadora do projeto de pesquisa Monitoramento da implementação do programa Nosso Ensino Médio, iniciativa de formação continuada para os profissionais da educação sobre as mudanças e componentes curriculares do Ensino Médio e sobre metodologias ativas de ensino e aprendizagem.

Com as novas alterações propostas no texto e que seguem para aprovação da presidência da República, a pesquisadora aponta o agravamento da precarização das condições de trabalho do professor, da limitação de contratações e os efeitos na aprendizagem dos estudantes.

“O maior desafio, não só para os professores, mas para os gestores, é mudar a organização do trabalho escolar, uma vez que a BNCC estrutura o currículo para que o processo educativo ocorra de forma interdisciplinar e para que a grade curricular seja flexível, permitindo ao aluno escolher disciplinas, dentro dos itinerários formativos oferecidos na escola”, alerta Fabiana. A pesquisadora destaca que, na pesquisa sobre o programa Nosso Ensino Médio, outras questões apontadas pelos professores foram a diminuição da carga horária de trabalho em disciplinas específicas como filosofia e sociologia e o trabalho em itinerários formativos que exigiam deles ministrar conteúdos sobre os quais não tinham pleno domínio.

Sobre o Nosso Ensino Médio

O programa Nosso Ensino Médio buscou sensibilizar os profissionais da educação para a organização do novo currículo com suporte das respectivas secretarias estaduais de educação.

O estudo coletou informações sobre como o programa Nosso Ensino Médio foi implementado em 23 estados brasileiros e aprofundou a análise em quatro deles (Amazonas, Ceará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). O objetivo era mapear diferentes formas de implementação, os desafios encontrados pelas redes de cada estado, e estruturar um conjunto de experiências que podem contribuir para a customização do programa Nosso Ensino Médio a depender das demandas estaduais e a partir de resultados anteriores.

“Um aspecto interessante do programa é a sua organização e metodologia de ensino, que se assemelha ao proposto pela Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio. Os elaboradores do programa tiveram por intenção promover a imersão dos profissionais da educação na lógica de organização do novo currículo, para que eles pudessem se colocar no lugar dos alunos”, completa Fabiana.