Territorialidades da Amazônia amapaense
O estudo buscou compreender a realidade de uma comunidade local do Amapá, a partir das percepções de educadores de uma escola família acerca da práxis educativa em alternância e as relações estabelecidas com sustentabilidade, territórios de atuação e necessidades dos povos das águas e das florestas, característicos da Amazônia amapaense.
22/06/2023
O artigo Novas territorialidades em alternância na Escola Família Agroextrativista do Carvão (Efac), no Amapá apresenta parte dos resultados de um conjunto de ações de pesquisa e extensão desenvolvidas no âmbito do Núcleo de Desenvolvimento Territorial Sustentável (Nutex), da Universidade do Estado do Amapá, e voltado para as comunidades locais tradicionais. Especialmente no texto, estudou-se o contexto de uma dessas ações, com reflexões sobre como os educadores da Efac trabalharam juntos para criar e discutir mapas socioeducativos. Isso resultou na reconstrução da maneira de eles ensinarem. A pesquisa do tipo estudo de caso foi desenvolvida durante os anos de 2021 e 2022, pautando-se na concepção da complexidade ambiental e na reflexão sobre a inserção da educação ambiental no currículo escolar e a importância do uso dos temas geradores como atividade-meio mediados por instrumentos pedagógicos em alternância (Morin et al., 2002; Leff & Vieira, 2001). Os resultados do trabalho mostram que, apesar das dificuldades e desafios, os educadores vêm buscando integrar os saberes tradicionais locais com as especificidades territoriais das várias comunidades em que atuam. Eles também buscam uma abordagem educacional que combine diferentes disciplinas, tanto na escola quanto na interação com as famílias e a comunidade. Para além dos resultados das pesquisas concentrados no artigo, e considerando a relevância social da pesquisa e extensão desenvolvidas e da atuação do Nutex, a reconstrução do projeto político-pedagógico da Efac foi possível, pois os mapas construídos coletivamente com os educadores e comunidades locais permitiram que se realizasse um diagnóstico da realidade local e se pudessem perceber os desafios postos e as ações necessárias para enfrentamento. Portanto o desenvolvimento da pesquisa contribuiu para potencializar o protagonismo, a conscientização e o empoderamento dos sujeitos que atuam em territórios que se estendem por mais de cinquenta comunidades locais próximas, localizadas no lado amazônico do Amapá.
Referências
Leff, E., & Vieira, P. F. (2001). Epistemologia ambiental. Cortez. Morin, E., Almeida, M. C., & Carvalho, E. A. (2002). Educação e complexidade: Os sete saberes e outros ensaios. Cortez.
Leia o artigo em:
https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/10000 Os argumentos presentes nestepost são de responsabilidade dos autores e não necessariamente expressam as opiniões da Fundação Carlos Chagas.