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Inclusão escolar: a pandemia evidencia os antigos desafios da educação especial

A pesquisa conta com a participação de professores e convida a refletir sobre a urgência das redes de ensino pautarem a inclusão escolar.

Autor- Camila Ramos Franco de Souza, coordenadora do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (Cefai) Jaçanã/Tremembé, Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP), São Paulo (SP), Brasil. csramos@sme.prefeitura.sp.gov.br,Em Pauta -03/10/2024 13:29:34

06/03/2023

No artigo Educação especial na pandemia: estratégias e desafios no ensino fundamental, as autoras e o autor  nos apresentam os resultados da pesquisa Inclusão escolar em tempos de pandemia, realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC) em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade de São Paulo (USP). No artigo, Adriana Pagaime (FCC), Kate Kumada (UFABC), Silvana Drago e Rosângela Prieto (USP) e Douglas Ferrari (UFES) analisam os resultados que partem da percepção de 1594 docentes que atuavam com estudantes público-alvo da educação especial (PAEE) – estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação – das redes públicas de educação básica, tanto nas classes comuns como no atendimento educacional especializado (AEE), sobre as estratégias propostas e os desafios enfrentados durante os primeiros meses de suspensão de aulas presenciais.O estudo nos apresenta um breve panorama da implantação do ensino remoto no país, bem como os riscos de exclusão desse grupo de aprendizes e a atual carência de publicações que discutam ações escolares junto a esse público durante o período pandêmico. Os resultados indicam que 94,9% das redes de ensino implementaram alguma forma de ensino remoto nos primeiros meses da suspensão das aulas presenciais.  No entanto, mesmo com a adoção de tecnologias digitais nos espaços escolares, o uso do material impresso foi o principal recurso apontado pelos educadores. Isso pode ser atribuído à falta de acesso do público atendido a tecnologias digitais, pois grande parte dos estudantes não tinha computadores ou conexão com a internet. A dificuldade no contato das professoras/es com as famílias e a ausência de condições dos pais em auxiliar nas tarefas dos estudantes também foram citadas pelos participantes.Embora a pesquisa revele um esforço de docentes da classe comum em pensar propostas acessíveis para o estudante PAEE e destaque o trabalho colaborativo entre professoras da classe comum e do AEE – o que demonstra avanços na perspectiva inclusiva da educação –,  os resultados evidenciam a falta de estrutura,  de recursos e de apoio aos professores, além de barreiras  relacionadas a atitudes e discursos capacitistas que são históricos na educação especial e não são exclusivos do período pandêmico, mas que escancaram a fragilidade da escolarização desse alunado.O texto nos  convida a refletir sobre a urgente necessidade de as redes de ensino pautarem a escolarização desse público no âmbito formativo de docentes, gestores e educadores, bem como nas diversas esferas das políticas públicas, para assegurar uma educação de fato inclusiva.Referência Pagaime, A., Kumada, K. M. O., Drago, S. L. dos S., Prieto , R. G., Melo, D. C. F. de, & Artes , A. (2022).Educação especial na pandemia: Estratégias e desafios no ensino fundamental. Cadernos de Pesquisa52, e09665. https://doi.org/10.1590/198053149665 Leia o artigo em Cadernos de Pesquisa https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/9665Saiba mais Saiba mais sobre a pesquisadora Camila Ramos Franco de Souza  http://lattes.cnpq.br/5843518289905821Os argumentos presentes nestepost são de responsabilidade dos autores e não necessariamente expressam as opiniões da Fundação Carlos Chagas.

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