|16/08/24

Dados divulgados pelo Ministério da Educação apontam avanço nos anos iniciais do Ensino Fundamental e o descumprimento das metas para os anos finais e ensino médio

Por Jade Castilho

Na última quarta-feira (14), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os resultados obtidos com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023. Com relação aos anos iniciais de ensino, o país alcançou seis pontos, a meta nacional estabelecida para o primeiro ciclo do indicador (2007-2021). Já nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, as metas eram de 5,5 e 5,2 pontos, respectivamente, mas as médias alcançadas foram de 5,0 e 4,3, abaixo do esperado.

Quando se comparam os resultados de proficiência padronizada do Ideb de Matemática e Leitura entre 2021 e 2023, 26 (96%) estados melhoraram o desempenho nos anos iniciais do Ensino Fundamental, enquanto 16 (59%) estados obtiveram melhora do desempenho nos anos finais e 17 (65%) estados no ensino médio, informou Carlos Eduardo Moreno, Diretor de Estatísticas Educacionais do Inep.

Os dados devem ser analisados com cautela, uma vez que os resultados do Ideb 2021 foram comprometidos pela pandemia de covid-19.

Como resultado das medidas adotadas por secretarias de educação de Estados e Municípios de flexibilização no controle de frequência escolar e nas medidas de avaliação discente, os números de reprovação e abandono escolar foram reduzidos entre os anos de 2020 e 2022, com o crescimento retomado em 2023, segundo o Censo Escolar divulgado neste ano.

De acordo com o Ministério da Educação, os dados encontrados pelo Ideb, que também revelam desigualdades socioeconômicas entre escolas, auxiliam na identificação de problemas para a formulação de estratégias e ações no cumprimento do dever do Estado em garantir a igualdade de condições para acesso e permanência na educação. Mas, desde a criação do Ideb em 2007, foi a primeira vez que o MEC divulgou os resultados sem estabelecer novas metas. Segundo o governo, serão mantidas as metas de 2021.

Avaliação em larga escala

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados sobre o fluxo escolar do Censo Escolar e as médias de desempenho nas avaliações feitas pelos estudantes obtidas no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O Ideb agrega ao enfoque pedagógico das avaliações em larga escala a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas.

“O Ideb é um indicador que permite analisar os resultados de uma escola comparando-os com ela mesma em anos anteriores, com escolas de seu município, com a média de seu sistema de ensino e com o total de escolas brasileiras avaliadas. Com dados captados por meio de diferentes questionários – para alunos, professores e diretores – é possível compreender o contexto em que a escola atua e as práticas adotadas, o que permite definir estratégias de melhoria e aperfeiçoamento do ensino”, comenta Gláucia Novaes, do Departamento de Pesquisas Educacionais (DPE) da FCC.

A FCC atuou em edições diferenciadas do Saeb desde o final da década de 1990. Atuou, também, em várias avaliações de larga escala no Brasil, sendo responsável pelo planejamento, elaboração e aplicação de instrumentos avaliativos, bem como da concepção de diferentes relatórios analíticos.

Os resultados completos por estado no Ideb podem ser acessados no site do Inep.