Educação como ato político: debate sobre a regulamentação das licenciaturas à distância na formação de novos docentes
![Composição de fundo azul turquesa, com elementos na cor amarela que remetem a um caderno. Sobre o fundo, há a frase “Educação como ato político: debate sobre a regulamentação das licenciaturas à distância na formação de novos docentes”. O logotipo da Fundação Carlos Chagas e seu nome de usuário nas redes sociais aparecem em uma barra inferior branca.](https://www.fcc.org.br/fcc/wp-content/uploads/2024/06/ead-formacao-prof_site-300x164.png)
|05/06/24
Diretrizes homologadas pelo MEC propõem 50% da carga horária presencial nos cursos de formação pedagógica
Por Jade Castilho
O debate sobre a formação de novos professores em cursos de educação à distância tem despertado o interesse de especialistas e pesquisadores na área, especialmente com o aumento da oferta de cursos de pedagogia e do crescimento expressivo de cursos de licenciatura na modalidade de educação à distância (EAD).
De acordo com o Censo da Educação Superior, as matrículas em cursos de licenciatura à distância cresceram 123% em 2021 e representam quase 40% do total no Brasil. O curso de pedagogia já é o maior em número de matrículas na modalidade, com um total de 650.164 matriculados em 2022.
A proporção para os concluintes é ainda maior: de cada 10 alunos que concluem um curso de licenciatura, 6 estão na modalidade EAD (61,1%). Nos demais cursos do ensino superior, esse número é inferior a 3 em cada 10 (24,6%).
Diante desse cenário, o Ministério da Educação (MEC) homologou novas diretrizes para os cursos de licenciatura à distância, como a exigência de 50% da carga horária feita de forma presencial.
Mas quais os principais desafios na formação de novos professores no contexto de educação à distância?
Patrícia Albieri de Almeida, pesquisadora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas (DPE/FCC), reforça a importância de se regulamentar e avaliar cursos como esses.
“A educação a distância cumpre um papel importante, porém ela virou algo mercadológico, oferecido por ser barato. É preciso pensar também na própria estrutura do curso. Manter essa formação EAD sem nenhum acompanhamento, cuidado e restrições em relação a isso contribui para que as políticas públicas deem o recado de que qualquer um pode ser professor, que não se precisa de uma formação adequada”, ressalta a pesquisadora.
Ao pensar a formação dos educadores e educadoras é fundamental entender a pluralidade e complexidade de seus conhecimentos e práticas pedagógicas.
“É preciso entender a educação como ato político. Um professor escolhe como ensinar, o que ensinar, porque ensinar, quais conteúdos priorizar, então é necessária uma formação cultural, humana e social. Os conhecimentos do professor são plurais, complexos, e a formação precisa dar conta de muita coisa em pouco tempo. Quanto mais sólida ela for, mais potente ela vai ser”, completa Patrícia.