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Novo Ensino Médio: mudanças na carga horária e impactos para educação

Pesquisadora da FCC coordenou pesquisa sobre o Nosso Ensino Médio, iniciativa de formação continuada para professores da educação básica

Jade Castilho

Publicado em:

13/02/2025 15:02:31

Na última terça-feira, 09 de julho, a Câmara dos Deputados finalizou a votação sobre as últimas mudanças propostas para o Novo Ensino Médio, instituído pelaLei nº 13.415/2017

Entre as mudanças aprovadas estão o aumento da carga horária de disciplinas obrigatórias de 1.800 para 2.400 horas e o ensino facultativo de língua espanhola presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

O projeto estabelece que 70% do período será reservado às disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e 30% aos cursos de aprimoramento, ou seja, às disciplinas escolhidas pelo estudante. 

Fabiana Silva Fernandes, pesquisadora membra doDepartamento de Pesquisas Educacionaisda Fundação Carlos Chagas (DPE/FCC), foi coordenadora do projeto de pesquisaMonitoramento da implementação do programa Nosso Ensino Médio, iniciativa de formação continuada para os profissionais da educação sobre as mudanças e componentes curriculares do Ensino Médio e sobre metodologias ativas de ensino e aprendizagem. 

Com as novas alterações propostas no texto e que seguem para aprovação da presidência da República, a pesquisadora aponta o agravamento da precarização das condições de trabalho do professor, da limitação de contratações e os efeitos na aprendizagem dos estudantes. 

"O maior desafio, não só para os professores, mas para os gestores, é mudar a organização do trabalho escolar, uma vez que a BNCC estrutura o currículo para que o processo educativo ocorra de forma interdisciplinar e para que a grade curricular seja flexível, permitindo ao aluno escolher disciplinas, dentro dos itinerários formativos oferecidos na escola", alerta Fabiana. 

A pesquisadora destaca que, na pesquisa sobre o programaNosso Ensino Médio, outras questões apontadas pelos professores foram a diminuição da carga horária de trabalho em disciplinas específicas como filosofia e sociologia e o trabalho em itinerários formativos que exigiam deles ministrar conteúdos sobre os quais não tinham pleno domínio. 

Sobre o Nosso Ensino Médio 

O programaNosso Ensino Médiobuscou sensibilizar os profissionais da educação para a organização do novo currículo com suporte das respectivas secretarias estaduais de educação. 

O estudo coletou informações sobre como o programaNosso Ensino Médiofoi implementado em 23 estados brasileiros e aprofundou a análise em quatro deles (Amazonas, Ceará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). 

O objetivo era mapear diferentes formas de implementação, os desafios encontrados pelas redes de cada estado, e estruturar um conjunto de experiências que podem contribuir para a customização do programa Nosso Ensino Médio a depender das demandas estaduais e a partir de resultados anteriores. 

"Um aspecto interessante do programa é a sua organização e metodologia de ensino, que se assemelha ao proposto pela Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio. Os elaboradores do programa tiveram por intenção promover a imersão dos profissionais da educação na lógica de organização do novo currículo, para que eles pudessem se colocar no lugar dos alunos", completa Fabiana.

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