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O profissional de apoio escolar nas políticas públicas de educação especial: desafios e implicações atuais

Demanda judicial por profissionais de apoio escolar expõe desafios da política de educação especial, como precarização e patologização nos processos inclusivos

Autor- Profª Drª Clarissa Haas, Professora adjunta da área da Educação Especial, Departamento de Estudos Básicos, Faculdade de Educação - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, haascla@gmail.com,CP em Pauta -10/01/2025 15:10:32

O estudo analisa iniciativas que envolvem o poder público, as instituições escolares, o Poder Judiciário e as famílias de pessoas com deficiência em torno da demanda judicial do profissional de apoio escolar. Ele problematiza as motivações e as justificativas simplificadoras que frequentemente supervalorizam  a necessidade desse  profissional nos cotidianos escolares, reconhecendo indícios de patologização da política pública.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória, fundamentada na abordagem cognitiva de políticas. O material documental analisado reúne diretrizes legais e normativas associadas a notícias veiculadas nas mídias que abordam o profissional de apoio escolar. O campo empírico investigado são as redes públicas de ensino de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. 

A autoria do artigo é de Clarissa Haas, Claudio Roberto Baptista e Claudia Rodrigues Freitas, pesquisadores  vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e à linha de pesquisa “Educação Especial, saúde e processos inclusivos”. 

Para os autores, a atuação do profissional de apoio escolar, ao caracterizar-se como acompanhamento permanente ao estudante com deficiência em suas atividades escolares, intensifica a relação de dependência e restringe as interações sociais entre os pares, o que pode impactaro potencial de aprendizagem e de desenvolvimento. 

Isso levanta questionamentos como: “É possível afirmar que o beneficiário desse “apoio” é o estudante com deficiência? Em que medida esse “apoio” reforça a suposta manutenção da “normalidade” como padrão de comportamento aceitável e desejável de um grupo a ser reproduzido pela instituição escolar?"


A relevância do tema em tela para as políticas de inclusão escolar é reforçada pela  recente publicação  da Portaria Secadi/MEC n. 41 (2024), que institui o grupo de trabalho, no âmbito da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão, com a finalidade de discutir o estabelecimento de Diretrizes Nacionais para o Profissional de Apoio Escolar. 

Portanto, ao propor uma reflexão criteriosa sobre as atribuições desse profissional associado ao modelo social da deficiência, o presente estudo aponta premissas que podem qualificar tal debate, tratando  de um  tema que integra a  agenda pública da política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva.

Referências

Portaria Secadi/MEC n. 41, de 1º de julho de 2024. Institui o Grupo de trabalho, no âmbito da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão, com a finalidade discutir o estabelecimento de Diretrizes Nacionais para o Profissional de Apoio Escolar. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jul. 2024.

Leia o artigo em

https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/10545

Saiba mais


CP - Cadernos de Pesquisa – Fundação Carlos Chagas

 https://publicacoes.fcc.org.br/cp 

NEPIE /UFRGS- Núcleo de Estudos de Políticas em Inclusão Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://www.ufrgs.br/nepie/ 

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