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Gênero, raça e etnia: uma história de pesquisa tecida a muitas mãos

Há mais de 40 anos, Fundação Carlos Chagas investe em pesquisa sobre gênero e outros marcadores sociais na educação e no trabalho.

Autor- Luanne Caires,Pesquisas Educacionais em Pauta -07/01/2025 13:43:28

Data original da publicação:06/06/2023

Estudar as desigualdades e as discriminações que afetam as mulheres no Brasil é, desde sua origem, um processo que se relaciona a movimentos sociais diversos. Da luta por direitos políticos e reprodutivos a melhores condições de moradia e de trabalho, o conceito de mulher que perpassa cada contexto não é e não pode ser o mesmo. As mulheres não vivem da mesma forma a experiência de ser mulher. À camada de gênero, muitas outras camadas se sobrepõem e se afetam mutuamente, como, por exemplo, a raça/etnia, a faixa etária, a classe social e o fato de ter ou não alguma deficiência. 

A diversidade está presente também em temáticas de pesquisa do grupo Gênero, Raça/Etnia: Educação, Trabalho e Direitos Humanos, da Fundação Carlos Chagas. Com análises que consideram as relações entre gênero e outros marcadores sociais, especialmente nos campos da educação e do trabalho, o grupo contribui não apenas para o desenvolvimento de pesquisas na área, mas também para a construção de políticas públicas que promovam os direitos de populações historicamente discriminadas. 

O grupo ganhou o nome atual em 2017, mas o histórico de pesquisa da Fundação Carlos Chagas na área de gênero é muito anterior à mudança de nomenclatura. Em 1977, a instituição deu início à série de Concursos para Pesquisa sobre Mulher, financiada pela Fundação Ford. Outro destaque  foi o Programa de Treinamento e Pesquisa sobre Saúde da Mulher e Direitos Reprodutivos na América Latina e no Caribe (PRODIR), em parceria com a MacArthur Foundation em 1989. 

O pioneirismo em promover pesquisas sobre gênero fez com que, no início da década de 1990, a Fundação Carlos Chagas organizasse o núcleo temático Socialização e Hierarquia de Gênero e Raça, que, em 2001, foi oficializado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como o grupo de pesquisa Socialização e Relações de Gênero e Raça

Após uma série de alterações de nome e composição, o grupo hoje vem desenvolvendo projetos diversos, como Ensino de Ciências da natureza e suas tecnologias na educação básica do BrasilTrabalho e Gênero em Tecnologia da Informação: iniciativas de estímulo à inserção e ascensão das mulheresDesigualdades na educação brasileira: ressignificação do abandono escolar no contexto de pandemiae a parceria com o British Council na 2ª Chamada Garotas STEM. A chamada busca financiar iniciativas realizadas em escolas públicas brasileiras para promoção da equidade de gênero nas carreiras científicas e tecnológicas. 

As ações do grupo de pesquisa, que hoje é composto por um núcleo de cinco mulheres, além de um conjunto de colaboradores e bolsistas, acontecem a partir da integração entre diferentes perspectivas e trajetórias, que refletem contribuições históricas de muitas mulheres de referência nos estudos de gênero, de raça e de políticas afirmativas no Brasil e no exterior. Afinal, é como Sandra Unbehaum, pesquisadora e vice-líder do grupo, destaca: “Para muitas pessoas o trabalho intelectual pode soar como um processo pessoal e individual, mas na verdade a gente só é o que é porque muitas outras pessoas nos antecederam e suas ideias influenciam o nosso pensamento, um saber que é, na minha perspectiva, sempre coletivo.”

Ao longo dos meses de junho e julho, a Fundação Carlos Chagas lançará uma série de textos nos quais as integrantes do grupo de pesquisa Gênero, Raça/Etnia: Educação, Trabalho e Direitos Humanos compartilham suas referências nos estudos de gênero e equidade e como essas mulheres pesquisadoras influenciaram suas trajetórias.

Saiba mais
Gênero, Raça/Etnia: Educação, Trabalho e Direitos Humanos
Grupo de pesquisa da Fundação Carlos Chagas que privilegia a análise das relações de gênero e étnico-raciais em diferentes espaços de interação social.

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